Nesse
segundo livro temos como desfecho principal a busca desenfreada pelo poder,
busca essa que começa no primeiro. Poder é uma coisa que causa ambição em
muitos, no universo de divergente isso não existia, até que a facção da
erudição deixasse que isso lhe subisse a cabeça. Talvez a pergunta central do
livro seja: Até onde o ser humano é capaz de ir em busca do poder?
Fica mais que claro neste livro que este
sistema de facções não dá certo, pois temos em uma mesma sociedade pessoas
diferentes, algumas que não se encaixam nesses padrões, outras que se encaixam
em vários deles. E temos isso em nossa
sociedade, ah se temos! Padrão de estética, padrão de família perfeita, padrão
intelectual. Vivemos em com divergências,
mas aposto como você não já ouviu “ se você se vestisse desse jeito...”, “se
você emagrecesse...”, “ mas você é de humanas, vai fazer medicina por que?”
Infelizmente assim como nesse livro, vivemos ainda em uma sociedade que nos
ensina a colocar pessoas em caixinhas pelo simples fato de terem algumas
características gerais. “Nerds”, “pessoal de humanas”, “gays” etc podem ser
facilmente substituídos pelas facções do livro, pois temos um grupo de pessoas
com algumas características em comuns sendo “catalogadas” digamos assim. Claro,
que escolhemos as pessoas com que vamos nos relacionar, mas a sociedade de um
modo geral não gosta de anomias.
Com o sistema de facções arruinado e uma
guerra prestes a estourar a erudição
acaba por convencer a todos – ou pelo menos a maioria – que a mudança
proposta por ela – a extinção dos sem-facções e dos divergentes – é uma coisa
boa pois assim com essas pessoas que não se encaixam fora do caminho a paz e a
ordem das facções pode ser novamente estabelecida. Um governo que lança uma
ideia cruel que envolve matar uma parte da população por suas diferenças(marcando
os diferentes e usando-os como cobaias para novos métodos científicos que
prometem ser o futuro da nação) e ainda convencer toda a sociedade que isso é
algo bom... Já ouviu algo parecido?
É neste livro também que conhecemos um pouco
melhor uma facção, que creio eu foi colocada ali como exemplo de sociedade
democrática, aonde todos tem os mesmo direitos e deveres e todos sentem-se
iguais aos demais, tornando-os assim a única facção independente e gentis uns
com os outros.
Sei que estou fazendo parecer a erudição as
piores das facções, mas aprendemos que erudição é conhecimento e sabemos que
conhecimento é tudo, visto isso nem todas as pessoas dessa facção são pessoas
ambiciosas, algumas apenas realmente são encantadas pelo conhecimento.
Bom acho que acabei me empolgando e não
explicando o objetivo da erudição de uma forma mais ampla. Para uma sociedade
tão dividida como a nossa é comum que pessoas diferentes sejam vistas como uma
anomalia e sejam linchadas por suas diferenças certo? Agora imagina isso num
mundo onde temos uma tecnologia 1000% maior que a nossa e quatro facções?
Ah desculpe, você se encaixa em mais de uma e seu cérebro não pode ser controlado
pois você tem uma opinião diferente daquela que a sociedade espera que você
tenha? Não podemos lhe manter vivo, é uma ameaça. O que disse? Não acha que vai conseguir ser
feliz com a sua facção? Então vai ser mal visto pela sociedade por não escolher
aquilo que esperam de você. Pense! Temos isso em nossa sociedade. A erudição
faz de tudo para conseguir isso, inclusive controlar a mente daqueles que podem
ser controlados, esquecendo do real valor que era para ser passado na erudição.
“ Espere, Larissa, temos isso em nossa sociedade?” Ah claro que temos, a mídia.
A mídia é um dos maiores meios de manipulação que temos, aonde na maioria das
vezes deixamos nos influenciar por ela.
Pois bem, aqui chegamos a uma parte crucial
de nossa extensa resenha, os sem facções. Os sem facções sofrem também uma
exclusão da sociedade, entretanto não do mesmo modo como os divergentes são
vistos, mas vamos falar deles um pouco mais a frente. Os sem facções são o que
podemos chamar de uma classe pobre no universo de divergente, eles não
perseguidos, mas sofrem um tipo de preconceito pela baixa condições em que
vivem e por não pertencerem. Os sem facções em sua grande maioria são pessoas
que simplesmente não conseguiram entrar nas facções desejadas por isso vivem em
condições como estas. Podemos atribuir isso a camada pobre de nossa sociedade,
a diferença é que há sim caso de pessoas de lugares com uma condição baixa que
sobem de vida, já os sem facções não há chances que suas vidas mudem quanto a
isso. Foram crescendo de maneira sutil por isso ninguém percebeu quão numerosos
eles ficaram, ficando assim também inesperadamente mais fortes. São normalmente
os primeiros a se darem conta do quão injusto o sistema é e aqueles que possuem
uma facção mas são contra o sistema juntam-se a eles para fugir desse padrão.
São os reprimidos contra os governantes.
Um bom exemplo desse sistema injusto é que na
Erudição por exemplo não basta você querer e gostar de está ali, se você não
tem inteligência suficiente você é expulso.
Ao decorrer
de nossa historia vai se desenvolvendo essa guerra civil, sem-facção,
divergentes, rebeldes, todos contra o governo e esse sistema injusto que separa
e exige que as pessoas sejam robôs a seguirem um padrão. Um governo que parece
perfeito mas que é corrupto e aliena e manipula ( literalmente com lavagem
cerebral) a sociedade para fazer parecer que aquilo é o certo e que ser
diferente é errado. Temos neste livro
algo bem parecido com a segunda guerra, com nossos governos e até com nossa
sociedade julgadora das diferenças.
Por: Larissa Trajano
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