05/01/2018

Insurgente - Resenha, Livro



  Nesse segundo livro temos como desfecho principal a busca desenfreada pelo poder, busca essa que começa no primeiro. Poder é uma coisa que causa ambição em muitos, no universo de divergente isso não existia, até que a facção da erudição deixasse que isso lhe subisse a cabeça. Talvez a pergunta central do livro seja: Até onde o ser humano é capaz de ir em busca do poder? 
  Fica mais que claro neste livro que este sistema de facções não dá certo, pois temos em uma mesma sociedade pessoas diferentes, algumas que não se encaixam nesses padrões, outras que se encaixam em vários deles.  E temos isso em nossa sociedade, ah se temos! Padrão de estética, padrão de família perfeita, padrão intelectual. Vivemos em com divergências, mas aposto como você não já ouviu “ se você se vestisse desse jeito...”, “se você emagrecesse...”, “ mas você é de humanas, vai fazer medicina por que?” Infelizmente assim como nesse livro, vivemos ainda em uma sociedade que nos ensina a colocar pessoas em caixinhas pelo simples fato de terem algumas características gerais. “Nerds”, “pessoal de humanas”, “gays” etc podem ser facilmente substituídos pelas facções do livro, pois temos um grupo de pessoas com algumas características em comuns sendo “catalogadas” digamos assim. Claro, que escolhemos as pessoas com que vamos nos relacionar, mas a sociedade de um modo geral não gosta de anomias.
  Com o sistema de facções arruinado e uma guerra prestes a estourar a erudição  acaba por convencer a todos – ou pelo menos a maioria – que a mudança proposta por ela – a extinção dos sem-facções e dos divergentes – é uma coisa boa pois assim com essas pessoas que não se encaixam fora do caminho a paz e a ordem das facções pode ser novamente estabelecida. Um governo que lança uma ideia cruel que envolve matar uma parte da população por suas diferenças(marcando os diferentes e usando-os como cobaias para novos métodos científicos que prometem ser o futuro da nação) e ainda convencer toda a sociedade que isso é algo bom... Já ouviu algo parecido?
  É neste livro também que conhecemos um pouco melhor uma facção, que creio eu foi colocada ali como exemplo de sociedade democrática, aonde todos tem os mesmo direitos e deveres e todos sentem-se iguais aos demais, tornando-os assim a única facção independente e gentis uns com os outros. 
  Sei que estou fazendo parecer a erudição as piores das facções, mas aprendemos que erudição é conhecimento e sabemos que conhecimento é tudo, visto isso nem todas as pessoas dessa facção são pessoas ambiciosas, algumas apenas realmente são encantadas pelo conhecimento. 
  Bom acho que acabei me empolgando e não explicando o objetivo da erudição de uma forma mais ampla. Para uma sociedade tão dividida como a nossa é comum que pessoas diferentes sejam vistas como uma anomalia e sejam linchadas por suas diferenças certo? Agora imagina isso num mundo onde temos uma tecnologia 1000% maior que a nossa e quatro facções? Ah desculpe, você se encaixa em mais de uma e seu cérebro não pode ser controlado pois você tem uma opinião diferente daquela que a sociedade espera que você tenha? Não podemos lhe manter vivo, é uma ameaça.  O que disse? Não acha que vai conseguir ser feliz com a sua facção? Então vai ser mal visto pela sociedade por não escolher aquilo que esperam de você. Pense! Temos isso em nossa sociedade. A erudição faz de tudo para conseguir isso, inclusive controlar a mente daqueles que podem ser controlados, esquecendo do real valor que era para ser passado na erudição. “ Espere, Larissa, temos isso em nossa sociedade?” Ah claro que temos, a mídia. A mídia é um dos maiores meios de manipulação que temos, aonde na maioria das vezes deixamos nos influenciar por ela.
  Pois bem, aqui chegamos a uma parte crucial de nossa extensa resenha, os sem facções. Os sem facções sofrem também uma exclusão da sociedade, entretanto não do mesmo modo como os divergentes são vistos, mas vamos falar deles um pouco mais a frente. Os sem facções são o que podemos chamar de uma classe pobre no universo de divergente, eles não perseguidos, mas sofrem um tipo de preconceito pela baixa condições em que vivem e por não pertencerem. Os sem facções em sua grande maioria são pessoas que simplesmente não conseguiram entrar nas facções desejadas por isso vivem em condições como estas. Podemos atribuir isso a camada pobre de nossa sociedade, a diferença é que há sim caso de pessoas de lugares com uma condição baixa que sobem de vida, já os sem facções não há chances que suas vidas mudem quanto a isso. Foram crescendo de maneira sutil por isso ninguém percebeu quão numerosos eles ficaram, ficando assim também inesperadamente mais fortes. São normalmente os primeiros a se darem conta do quão injusto o sistema é e aqueles que possuem uma facção mas são contra o sistema juntam-se a eles para fugir desse padrão. São os reprimidos contra os governantes.
  Um bom exemplo desse sistema injusto é que na Erudição por exemplo não basta você querer e gostar de está ali, se você não tem inteligência suficiente você é expulso.
 Ao decorrer de nossa historia vai se desenvolvendo essa guerra civil, sem-facção, divergentes, rebeldes, todos contra o governo e esse sistema injusto que separa e exige que as pessoas sejam robôs a seguirem um padrão. Um governo que parece perfeito mas que é corrupto e aliena e manipula ( literalmente com lavagem cerebral) a sociedade para fazer parecer que aquilo é o certo e que ser diferente é errado.  Temos neste livro algo bem parecido com a segunda guerra, com nossos governos e até com nossa sociedade julgadora das diferenças. 

Por: Larissa Trajano  

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